Olho no Futuro

Lakeland Sylvia – De olho no futuro: reduzir a baixa visão
Jornalternativo, 2008.

Perguntaram-me recentemente o que eu pensava sobre a terceira idade e hoje afirmo: não me agradam estes termos “terceira idade” ou a “melhor Idade” para designar o que considero como sendo o tempo da maturidade, da sabedoria e do conhecimento. E ainda completo dizendo que é o período maravilhoso da autossuficiência, independência e das oportunidades para novas realizações pessoais. Do meu extenso contato com pessoas de todas as idades desde 2003, em especial com adultos acima dos 50 anos, quer no Parque Ibirapuera em São Paulo ou nas aulas com exercícios de visão nos grupos de apoio e em sessões individuais, nos quais praticamos os exercícios para o aperfeiçoamento natural da visão, tenho observado que, do número crescente de pessoas com problemas de visão (PBV - pessoas de baixa visão), são muito poucos os que têm a consciência da gravidade dos seus problemas, não entendem o efeito limitante destes distúrbios, não sabem explicar o que causou estes danos e muito menos como prevenir e se cuidar nestas condições dramáticas. A quase totalidade destas pessoas não sabe que é uma portadora de baixa visão ou visão subnormal e que esta condição pode ser ajudada por programas de reabilitação além de muitas vezes ser evitada se houvesse uma boa prevenção.
 
Fórmula para este tempo da maturidade: boa saúde física, mental, emocional e boa visão!  Só é  possível ser de fato autossuficiente e independente em qualquer idade e, em especial, na maturidade, se estivermos com boa saúde e enxergarmos bem, com o coração e os olhos. Portanto vamos desde já pensar em prevenção no caso dos jovens e adultos: evitar a condição da baixa visão começa com uma consciência alerta somada a aquisição do conhecimento sobre os problemas da visão, suas causas e fatores de risco, seguida de um plano amplo de prevenção. Estamos a falar de problemas de alto risco que podem levar à cegueira e citamos, entre outras, as cataratas, glaucoma, retinopatia diabética e a degeneração macular.  
Há muito a ser feito - Dr. Laércio Motoryn, médico oftalmologista integrativo brasileiro, em palestra dada na 20ª Conferencia Internacional de Visão Holística, realizada em Genova - Itália, observou: “para os que já estão na condição de uma visão subnormal ou baixa visão é importante saber que há muita coisa a ser feita. Resultados muito interessantes tem me motivado cada vez mais, ao adotar uma abordagem interdisciplinar, integrando a oftalmologia especializada  (tratamentos, recursos ópticos, não ópticos e eletrônicos) às terapias naturais de aperfeiçoamento da visão com o Método Self-Healing de Autocura e Movimento, na busca do bem-estar global de cada pessoa, para si mesmo e integrado no seu mundo social. Apresentamos, eu e Sylvia Lakeland, um trabalho que mostrou a progressão, a evolução desde o primeiro atendimento, a prática dos exercícios oculares por meses seguidos e a constatação de que a melhora se refletiu tanto na esfera física dos olhos e do organismo como um todo, até a aceitação da condição de uma forma de uma forma serena e integrativa.

Quero acreditar que meus colegas médicos se abram cada vez mais para integrar no âmbito de seu trabalho, a presença de profissionais da saúde, a humanização da relação médico-paciente, o uso adequado das tecnologias que evoluem a cada dia, de modo que possamos, sob a constante supervisão do Criador tornar possível que o paciente faça uso de seu potencial, seus recursos físicos, emocionais e espirituais para ter sucesso na sua jornada pela vida.”, concluiu Dr. Motoryn.

 

Pesquisa 2003-2007 com adultos de Baixa Visão cria impacto. - Na Conferencia seguinte, realizada na Alemanha, 2008, Sylvia Lakeland apresentou, com enorme impacto e participação de todos, os resultados de sua pesquisa sobre o comportamento de adultos PBV e alterações em função do apoio do Método Meir Schneider Self-Healing, Método Bates e outras técnicas naturais de melhora da visão, além dos exercícios terapêuticos orientais.
Ficou claro que os adultos PBV são na sua grande maioria esquecidos e ignorados pelo sistema social, onde a solidão, isolamento, separação e fragmentação social são algumas das barreiras que precisamos ultrapassar para melhorar a qualidade de vida destas pessoas. O desafio é enfrentar estas barreiras considerando-as como parte de um sistema de realimentação integrado que permita a expansão do amor e do empenho (Dean Ornish) para a conquista da saúde e melhor visão. Na medida em que se consolida a relação entre o educador terapêutico e seu paciente, aumenta a consciência desta maior ligação e a partilha dos resultados conduz a uma sensação de plenitude pelos resultados alcançados.
O educador visual/ terapeuta tem um importante papel a cumprir, ao reunir todas as partes e peças do sistema ao criar programas holísticos em longo prazo, com muito amor, confiança e empenho. Envolve encorajar a plasticidade cerebral para melhorar a qualidade de vida de cada adulto PBV. Ao compreender todos os aspectos envolvidos - como o relaxamento da tensão, a meditação corpo/mente, os exercícios e técnicas de melhora da visão e do corpo, nutrição funcional e aspectos de melhora da qualidade de vida - cria-se uma relação integrada e plena entre o adulto PBV e seu educador terapêutico. E, sobretudo, permite que cada adulto de baixa visão tenha novas oportunidades para se manter saudável para uma melhor qualidade de vida e de visão, direto do coração!