Como Cheguei ao CIT

Lakeland, Sylvia - Como cheguei ao Colégio Internacional dos Terapeutas (2013)
Alegrias devem ser partilhadas e as vitórias alcançadas devem ser festejadas com os amigos que nos cercam. Partilhem agora comigo a grande alegria ter concluído mais um importante ciclo de aprendizagem e conhecimento: sou agora membro do Colégio Internacional dos Terapeutas como terapeuta clínica.  Minha eterna gratidão vai para meu orientador acompanhante e amigo Roberto Crema e ao meu compromisso com a minha missão: na caminhada da vida é preciso valorizar cada passo, cada momento, pois nos permite olhar mais adiante e avançar mais uma etapa.  As vitórias no nosso Caminho devem ser festejadas intensamente, como cada momento de Visão!



A minha história continua: Mais Visão Para Todos!
O longo e árduo percurso de minha retomada à visão permitiu que eu de fato descobrisse minha Missão de Vida: Mais Visão Para Todos.  Parte desta minha missão é contar a minha história e as incríveis experiências de visão que vivi e continuo a viver cada dia. Assim como eu consegui transformar meus problemas em fantásticas oportunidades, pois em 2003 pude voltar a ver as cores maravilhosas da Natureza da qual fazemos parte integrante, a diretriz mestra nestes novos ciclos que estou a viver é continuar com muito rigor o meu desenvolvimento pessoal e estar sempre pronta a mostrar e comprovar a todos que quiserem me ouvir que é sempre possível Ver melhor. 
Após concluir, 1998-2001, na UNIPAZ em Lisboa a Formação de Base e a pós-graduação em Transdisciplinaridade e Desenvolvimento Humano em São Paulo, com o apoio direto de Pierre Weil, grande amigo e orientador-mor, e, naturalmente, após de ter recuperado, em 2003, a minha visão, comecei a me interessar e ouvir mais sobre o Colégio Internacional dos Terapeutas, CIT, (www.robertocrema.net) que estava evoluindo desde 1992, em Paris.

 

As dimensões do cuidar: os Terapeutas de Alexandria
Em setembro de 1992, pela primeira vez no solo brasileiro, na Cidade Fundação da Paz em Brasília, sede da UNIPAZ, Jean-Yves Leloup encerra os trabalhos do Grupo Piloto da Formação Holística de Base – FHB, projeto transdisciplinar pioneiro no mundo, com uma apresentação das     tradições  dos Terapeutas de Alexandria, reportada por Fílon de Alexandria. Nesta oportunidade muito especial, recebe a inspiração para fundar o Colégio Internacional dos Terapeutas – CIT.
Nos vinte anos seguintes, o CIT tornou-se uma realidade no mundo, agregando Terapeutas que se reconhecem na tarefa premente do Cuidar do Ser, através de dez Orientações Maiores, centradas numa antropologia da inteireza, numa ética de aliança com a saúde e de respeito à integridade, de uma prática diária meditativa, prática do silêncio, do estudo, da gratuidade e serviço, de reciclagem, de reconhecimento, anamnese essencial,despertar da Presença e da fraternidade. Ver artigo separado, preparado por Roberto Crema para nosso site**.

Além da França, encontramos terapeutas do CIT na Bélgica, Suíça, em Portugal, no Canadá, Argentina, Equador e espalhados no Brasil. A partir de uma visão de ecologia profunda e de uma redefinição de saúde como um estado de bem-estar psicossomático, social, ambiental e espiritual, postulada pela própria Organização Mundial de Saúde, são três as categorias de terapeutas: a clínica, a social e a ambiental. “O CIT é mais uma inspiração que uma instituição” afirma Jean-Yves Leloup.  
Roberto Crema, que foi o coordenador do Colégio no Brasil durante vinte anos, resume: O estilo alexandrino é uma escola do olhar e da escuta, um jardim acolhedor e que nos encanta, para que a semente de plenitude, encarnada em cada ser humano, possa germinar e florescer através do exercício de um cuidado integral, que considere e alie o infra-humano e o supra-humano no coração aberto do humano.  Cuidar, cuidar-se.
Decidi tornar-me terapeuta holística com uma visão transdisciplinar, com destaque, mas não só, no meu campo de experiência vivida, da Visão. Desde 2004, tenho seguido na prática a Carta Internacional das Consciências, as 10 Orientações do CIT, os Encontros e muita leitura para compreender melhor como atuavam os Antigos Terapeutas Alexandrinos.
Fazer parte desta Rede de Terapeutas é compreender e perceber o estilo alexandrino como a via de abordagem do novo paradigma transdisciplinar holístico, através do retorno às raízes ancestrais dos terapeutas, homens e mulheres, do primeiro século na Alexandria, local de encontro entre diferentes civilizações, culturas e religiões.     

Em paralelo, continuo diariamente a desenvolver a minha formação profissional como terapeuta corporal e visual com uma prática muito cuidadosa e especial preparada e estruturada nos valores da arte de cuidar, do cuidado integral, aplicada à ecologia individual, social e ambiental.

Fílon de Alexandria (20 a 10AC-50DC) e Os Terapeutas do Deserto

Os estudiosos Emile Bréhier e Hans Lewy estimam em 25A.C. o nascimento de Fílon de Alexandria, judeu de cultura helenista, que fazia parte de uma rica e influente família judaica de Alexandria. O último período conhecido da vida de Fílon é 38/41 D.C., quando lidera uma embaixada ao imperador Caio Calígula enquanto representante dos judeus alexandrinos. 
Segundo E. Bréhier, “a obra de Fílon vibra com todos os ecos; ligado à lei judaica, vendo nos estoicos os melhores dos filósofos, íntimo dos cultos dos mistérios, conhecedor de Platão e dos pitagóricos, usando, para comentar a Bíblia, um método tal que pudesse inserir nela elementos diversos, ele não podia ser estudado sem que de todos os lados se abrissem horizontes; nele se refletia toda a história da filosofia grega até nossa era bem como a situação religiosa de seu tempo...”
Entre as cerca de sessenta obras escritas por Fílon, Jean Yves Leloup encontra o tratado “De vita contemplativa” e faz uma tradução diferenciada, do original grego antigo para o francês. Neste momento temos acesso graças à edição brasileira da Editora  Vozes, de três livros sobre Fílon, que recomendo para os que se interessam na prática dos Terapeutas do Deserto: Cuidar do Ser - Fílon e os Terapeutas de Alexandria ; Terapeutas do Deserto e Uma Arte de Cuidar- Estilo Alexandrino.
 

Diz Fílon: “Depois do meu tratado sobre os essênios, que consagram seu zelo e esforços à vida ativa (pratikon, de práxis, vida ativa ou vida prática), pretendo agora, de acordo com a ordem do meu trabalho, dar também aos terapeutas ou adeptos da vida contemplativa     (theorian:  aquele que graças á praktike ou práxis, se consagra à busca do Essencial e para ele a doença é o esquecimento do Ser e a saúde mental é a união pacífica com esse mesmo Ser considerado como o único e último Real) a parte que lhes cabe. Fílon define, em primeiro lugar, os Terapeutas como filósofos,  homens e mulheres que amam a sabedoria.


A Organização Mundial de Saúde, há mais de trinta anos, lançou uma convocação para que todas as pessoas se tornem agentes de saúde, pois o planeta inteiro está enfermo. Eu aceitei o desafio e convido meus colegas terapeutas clínicos, sociais e ambientais a  descobrirem este novo caminho e vamos estudar, aprender e valorizar os novos Terapeutas Alexandrinos, a Rede de Terapeutas do Colégio Internacional dos Terapeutas. Prepare-se e venha também. Cuidar. Cuidar-se.
** Leia também neste espaço de Artigos, “As Dez Orientações Maiores do CIT”, e o poema “Novo Milênio, Novo Olhar”, preparados por Roberto Crema.